domingo, 9 de outubro de 2011

Seres evoliuidos



É impressionate como as pessoas são burras. As pessoas, no caso, eu. Eu leio e releio meus posts antigos e não creio que era eu. Que sou eu, na verdade. Tudo é bagagem, como eu mesmo digo. Bagagem e bobagem.





Eu custo a aceitar que fui a pessoa romântica e dedicada por alguém. Fui eu que escrevi, não tem jeito. Preciso me conformar com a realidade. Uma linda história de amor que começou certo, teve um desenvolvimento vergonhoso e um grand finale lamentável, um dia antes do meu aniversário de 21 anos. Um bem-vindo à maioridade grandioso. Um ano e pouco se passou e... quanta diferença. Eu me descobri autossuficiente pra tudo! Pra quase tudo, porque ainda não aprendia a fazer fotossintese.





Se eu deixei de acreditar no Amor? Não... o pior é que não. Continuo acreditando que exista uma metade para cada laranja, uma tampa para cada panela - só não há um chinelo velho para um pé descalço, porque esse termo é o mais infeliz de todos os tempos. Acredito em tudo que acabei de falar, de verdade. Só que prefiro não arriscar mais. Dá muito trabalho se apaixonar... Primeiro você encontra a pessoa ideal, depois se conhecem mais, aí decidem que é hora de firmar compromisso, depois que é o momento de unir as escovas de dentes e as pantufas, porque o tempo em que um passa na casa do outro é maior do que passa na própria casa, e então pra quê continuar sustentando dois apartamentos? Logo em seguida vem o primeiro peixe, ou o primeiro filho - só não valem latidos de cães, porque está na cartilha do bom condômino que após às 22 horas os cachorros fazem muito barulho, como se o choro dos bebês não incomodasse -, mas como nenhum dos dois quer perder de viajar pra cuidar do filho/peixe, preferem a companhia dos sobrinhos, que só vem de vez em quando pra visitar e, mesmo assim, transformam a casa em uma verdadeira zona. Mas isso é detalhe... E a vida segue, sempre perfeita, um carro novo a cada virada de ano, uma viagem internacional por ano, e um final de semana em Búzios, outro em Salvador, o feriado da Proclamação em Fernando de Noronha e ainda sobram Páscoa e Natal pra passar na casa dos sogros, comendo e dormindo de graça. E a vida segue, feliz para sempre...





Devaneios à parte, eis a vida real: você, meu caro leitor e leitora. Sim, você, Aleluia! Você conhece a pessoa certa, ela diz que te ama, você, abobado que está acredita, entra na brincadeira achando que é pra valer, faz planos, sonha com o dia em que vai ter a mão pedida em casamento por esta pessoa maravilhosa que - Aleluia! - caiu do céu. Caiu do céu e é uma pena que tenha ficado inteira. Essa pessoa idiota passa você pra trás com o primeiro corpo mais sensual que o seu, se lambusa com ele, as evidências disso estão por todos os lados e só você, asno, não vê. Você é usado como objeto, e mesmo assim não se dá conta. O sexo é bom e você acredita, sinceramente, que alguém, além da sua mãe e Jesus, te ama. Aí quando a pessoa babaca com quem você estava namorando estabiliza a relação com a pessoa que estava saindo enquanto estava com você, dá-lhe um pé na bunda. Complicado imaginar? Imagina passar por isso, pra ver.





Portanto, pessoas por quem eu tenho estima, não esperem encontrar na pessoa com quem estão saindo o amor eterno. Se for, que bom! Só não coloque todas as suas expectativas neste ser estranho, por mais que ele lhe pareça familiar, de outras vidas. Só não vale deixar de viver, porque ainda não é possível que humanos sejam tão autossuficientes a ponto de fazer fotossíntese.