terça-feira, 21 de setembro de 2010

Meias palavars


Eu tô deprimido! Meu namoro acabou, meu amigo sofreu um acidente enquanto viajava e não pode retornar ao Brasil, e meu emprego também está perdido. Estou em estado de depressão profunda. É sério! Tenho vontade de sair correndo e gritando. Nu, ainda por cima. Sem bem que se eu fizesse isso meia Florianópolis entraria em depressão. Melhor tentar outra maneira de chamar atenção.

Decidi, hoje pela manhã, que vou viajar pro interior, na casa dos meus pais. Acho que é aí que minha deprê vai se agravar ainda mais... Imagina, acordar pela manhã com as vaquinhas mugindo, as galinhas cantando? Enquanto eu namorava e imaginava um sítio para passar os finais de semana com o meu amorzinho era outra coisa. Naquela época eu era cego, acreditava em príncipe encantado, mas hoje eu digo que os príncipes que acreditamos existir não passam de sapos. Ou pererecas. Eu também me enquadro neste seleto grupo. Alguém vai me amar, um dia, fazer tudo por mim, e eu não vou querer ver o coitado nem pintado de ouro na minha frente. No máximo, vou fingir e tentar enganar, tanto a ele quanto a mim mesmo, dizendo que o amo. Aí, um belo dia eu vou me cansar e dizer pra ele que eu quero ficar sozinho. Aí eu serei condecorado por ter aprendido a lição e tê-la passado adiante.

Amor, meus queridos, NÃO EXISTE. Quer dizer, existe sim, mas ele é fraco, ele não pode contra a opinião alheia, contra as diferenças sociais... Pobres coitados os que acreditam e tem esperança de um dia encontrar sua alma gêmea. O Viveram felizes para sempre é uma farsa, não acreditem se alguém tentar ludibriá-los.

A pessoa que está ao seu lado neste exato momento jura que te ama? Cuidado, porque ela pode não resistir ao seu primeiro resfriado. Sim, porque ninguém quer ficar ao lado de uma pessoa doente mais de 5 minutos, em uma visita, quiçá pela vida toda. Estão me achando pessimista? REALISTA, meus amores, REALISTA. Hoje, se você não for egoísta e não tiver o nariz empinado, você não chega nem na esquina. Portanto, vivas à mesquinharia, ainda que os princípios passem longe da sua pessoa.

Ainda não sei como seguir daqui pra frente, meu chão foi pros ares, e eu não sei ainda como recomeçar. Têm pedaços meus espalhados por vários cantos desta Ilha, e eu não consigo juntar todos, por enquanto. Será que um dia eu conseguirei?

Agora, um apelo: não sejam idiotas e otimistas quanto ao Amor. Óbvio que ninguém vai ouvir esse conselho, nem eu vou segui-lo.

Ah, outra cosia: este texto é minha carta de revolta e indignação. Não sejam tão descrentes do Amor, meus amores. Só fiquem de olhos bem abertos pra ver se vocês não estão tentando juntar a metade da sua laranja em meio abacate. Sua metade é preciosa, e não caia de cabeça em um relacionamento, como eu fiz, tentando encontrar de cara sua alma gêmea, quem o completará, porque "mais vale 50% de alguma coisa do que 100% de nada". Amor, antes só do que mal acompanhado.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

After all this time

Tem uma música que eu adoro, do Simon Webbe, "After all this time", que eu nunca tinha prestado muita atenção no que ela dizia, mas hoje fiquei escutando, atento, as palavras que a compunham. Senti um nó na garganta porque a letra não é muito animadora.
Resumindo, a música fala de uma garota que se apaixona por um cara que, com ela, termina de forma inesperada e ela fica sem entender o que se passa. Ela ainda ama muito esse homem e, mesmo depois de muito tempo, não é capaz de esquecê-lo. Ela está tentando ser feliz em um novo relacionamento, já construiu uma família, mas ainda não esqueceu aquele antigo amor, que ainda dói em seu peito e não demonstra sinais de que um dia irá deixá-la.
É nessa hora se eu me pergunto se isso é amor ou castigo. Por mais que seja a letra de uma música, não é apenas a letra de uma música. Quem ama sente o mesmo desespero desta garota que, mesmo mulher feita, não consegue se livrar da lembrança de quem, um dia, ainda que tenha sido de maneira falsa, a tenha feito feliz, porque ela acreditou que era amada e desejada da mesma forma que amava e desejava esse cara.
Um dia, esse homem será apenas uma lembrança? Ele será esquecido? E o que é feito dele? Será que, de fato, ela se enganou tanto assim com esse rapaz? Ele não sentia nada, mesmo, por ela? Ela vai sentir, pra sempre, como se a história deles ainda não terminou? Será que terminou mesmo?


Depois De Tudo (After all this Time)

Depois de tudo, das pedras quebradas
Que foram atiradas, sem razão alguma
Por dentro, ela ainda o ama
Depois de todo esse tempo
O seu coração ainda carrega as cicatrizes
Sem sinal de cura,
Tudo bem
Ela ainda o ama
Depois de todo esse tempo


Tentando se livrar do passado
Esperando ainda que as luzes mudem
Tentando, tentando pelo seu amor
Por causa de seu orgulho, orgulho
Aprendendo, a mal sentir a dor
Mias grossa é a pele, menor é a tensão
Por mais que esteja doendo
Ela não vai se deixar quebrar
Porque ela ainda o ama
Depois de todo esse tempo


Agora ele sabe que a sua fraqueza mostra
Uma alma egoísta, que nunca muda
Tudo bem,
Porque ela ainda o ama
Depois de todo este tempo
E pra quem olha de fora
Você vê uma família vivendo
E tudo parece perfeito
E é assim que ela quer
Porque ela ainda o ama
Depois de todo esse tempo

Depois de todo esse tempo...
Depois de todo, depois de todo, depois de todo esse tempo


Ossos tem que crescer, a idade nota-se
Ainda que a tentemos esconder
Por dentro, ela continua a ama-lo
Depois de todo este tempo.
E por dentro dos seus olhos cansados
ela vê o rapaz com os braços abertos
Que a fizeram sentir como um anjo


Ohh é por isso que
Ela continua a amá-lo
Para o resto da sua vida,
Ela continua a amá-lo
Para a última de muitas milhas
Ela continua a amá-lo
Depois de todo esse tempo

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Enfim, só

Demorou, mas, enfim, a ficha caiu. A primeira grande decepção amorosa da minha vida, finalmente, está prestes a se tornar apenas uma lembrança. Tá, eu falei isso pra mim mesmo mais de oitocentas vezes em menos de uma semana, mas agora acho que é pra valer. Pelo menos, pensar, eu não vou mais.

Só que eu não entendo por que existem essas merdas de decepções na vida da gente. Seria bem mais fácil sem elas, mas não, as desgraçadas tem de existir para nos atormentar. Eu sei que eu, nesta primeira quez que me enamorei, queria viver esse amor, cacete! Mas não deu. Não foi dessa vez. Acho que eu me precipitei e estava tentando encaixar a metade da laranja em meio abacate. Bem que eu tentei, mas não deu.

Só fico pensando no papelão ridículo que eu fiz! Nossa, que humilhante. Vá lá que a gente tem que apostar no que acredita, mas deitar e rolar no chão é de mais. E eu me pergunto, idiota que sou, como eu fui me deixar envolver desse jeito? Só pode ter sido aquela dose de pinga de alambique que eu tomei por engano quando tinha meus 4 anos. Só pode ter sido isso, não há outra explicação! Que o Amor nos emburrece, eu já sabia, mas não fazia ideia de que era tanto. Não me conformo como fui tão tanso. Qualquer médico diria que eu fui acometido por um fungo chamado Paixonitium Erractus, a qual causa crises de falta de amor próprio e auto-estima. A cura é uma receita antiga: encontar o verdadeiro Amor. Ou fugir dele.

Portanto, quem tiver um antídodo que faça uso imediato, para evitar que a bactéria não retorne e lhe deixe de cama por mais alguns dias.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Momento Utilidades Domésticas



O que você enxerga, caro leitor, quando olha pra um secador de cabelo? Uma coisa que só esquenta a nossa cabeça? - alguns, tipo aqueles de banheiro de motel, literalmente só servem pra isso mesmo, porque secar os fios, que é bom, nada, né, amiga. Pois hoje eu descobri uma nova utilidade para esse maravilhoso eletrônico que dispomos em casa, mais precisamente no nosso banheiro: descongelar a geladeira.


É sério. Minha geladeira é daquelas mais simplesinhas, sabe, ainda das que têm que tirar da tomada de tempos em tempos, limpar o gelo. E hoje ela me olhou e implorou para que eu a descongelasse, senti que ela me dizia que não aguentava mais aquela sobrecarga de gelo. Até ameaçou parar de funcionar, caso eu não desse um trato nela, a folgada. Só que eu acordei tarde e não estava com muita paciência para esperar aquela camada generosa de gelo se desprender do congelador. Foi quando vi meu secador de cabelo dispor-se a me ajudar. Olhei em volta, para me certificar que nenhum vizinho pudesse ver o fracasso desta operação, caso ela não desse certo. Não queria sair na porta do apartamento com a cara toda esfumaçada e o esqueleto do secador nas mãos. Só que foi uma beleza. Em pouco mais de 5 minutos, minha geladeira estava novinha em folha, de porta aberta pra receber legumes, ovos, carnes e laticínios. E água, ou eu morro de sede.


Comparei o episódio do secador com o que, às vezes, acontece em nossas vidas. Dispomos de muitas coisas as quais acreditamos ter apenas uma finalidade, ou utilidade, que seja. Não paramos pra pensar em que outra atividade/situação poderíamos empregar tal ferramenta. O mesmo vale para as palavras.


Portanto, lembre-se: atrás de um secador pode haver um maçarico.